19 setembro 2003

Mortes no Verão?

Peço desculpa à Algarvia do Nuorte (e não a Matamouros, como por lapso escrevi) pela resposta tão tardia. Propunha-me um comentário a declarações do ministro da saúde sobre o reduzido número de mortes em consequência do calor.
Que disse o ministro afinal? Que afinal, apesar dos profetas da desgraça, ávidos de explorar mais uma desgraça neste Portugal tão pouco orgulhoso de si, não houve uma situação descontrolada em face do calor exagerado. Claro que num ápice muitas das mortes serviriam bem a causa da catástrofe (afinal em França, como não em Portugal?), mas o certo é que, apurado o saldo a sério, resultou um número, convenhamos modesto, de 4 mortos pelo calor. Com isto não está o ministro a minimizar o sofrimento das familias das vítimas, está a ser rigoroso e a não embarcar na onda de calor circunstancial. Não adianta tentar dramatizar e empolar declarações tirando-as do seu contexto, apesar de perceber que, se fosse jornalista ou lider do PS, isso pudesse ser ...tentador.

De volta. Arcahon - Aveiro

Provavelmente os (des)afortunados leitores deste blog terão pensado que este é mais um que se foi com as férias. É certo que houve um hiato. mas a intenção é continuar, apesar dos ritmos agora serem outros.
Estive em França, Arcachon, cidade irmã da minha, tão parecida nas paisagens, na água, tão diferente nas gentes, quanto Portugal da França.
Basta viajar um pouco para reforçarmos o nosso sentimento europeista e também para logo compararmos.
Arcahon é uma cidadesinha fina, feita de casas de famílias de séculos, com jardins quase do tamanho dos nossos parques. O socialista veria nisto a injustiça que há que combater se necessário pela revolução. Eu vejo que numa sociedade mais desenvolvida, respeitando a propriedade privada, dando estabilidade politica e social, todos acabarão por ser beneficiados e o objectivo último - erradicar a miséria económica, social e cultural, será muito mais eficazmente alcançado incentivando e cativando o investimento multiplicador de riqueza, do que pela via socialista, filha da inveja social que não trará senão pobreza, ainda que bem distribuída, ou melhor, generalizada a todos, excepto à nomenclatura do partido.
Acredito num sistema que numa fase saiba cativar os investimentos que façam aquecer a economia, para depois poder aplicar políticas de distribuição da riqueza.